domingo, 1 de setembro de 2013

Tetraplégico quer ir a Miami em busca de um milagre

Parece apenas um pedacinho do corpo, os dedos das mãos. Mas para o brasileiro Hendrik Zanotti
Franco, de 25 anos, conseguir movimentá-los seria um milagre e ele está disposto a sair de Campinas em direção a Miami, como ele mesmo diz “um tiro no escuro”, na tentativa de alcançar esse sonho. Ele ficou tetraplégico quando mergulhou de cabeça na piscina do tio no dia 11 de fevereiro de 2007.

Desde então, ele vem surpreendendo os médicos e planeja surpreender ainda mais se conseguir recuperar o movimento de algum dos dez dedos. "Eles disseram que eu não iria mexer os braços ou respirar sozinho, hoje já faço isso e até consigo usar o Skype usando o lado do meu dedo mindinho", disse todo animado em uma entrevista pelo Skype de sua casa em Campinas.

Há um ano, investigando sobre os avanços da medicina em casos como o seu, ele encontrou o Lois Pope Life Center, um centro de pesquisa dentro da Universidade de Miami. Lá, médicos, cientistas e fisioterapeutas investem em pesquisas sobre a recuperação de lesões causadas na coluna vertebral e procuram participantes."Eu sei que na verdade é para ser cobaia. Mas alguém tem que fazer isso, e os resultados podem ajudar não só a mim, mas a todos os que sofrem com paralisia", disse

Depois de entrar em contato com a equipe, seu caso foi aceito para uma avaliação. Se passar, ele poderá participar de um programa mais intenso e ficar até um ano em tratamento no hospital. O que falta para isso acontecer? Um lugar para ficar. Uma casa ou apartamento com acessibilidade para portadores de necessidades físicas. O local precisa ser nas imediações do endereço do Lois Pope Center (1095 NW14 Terrace, Miami).

Com ajuda da família e de amigos que o ajudaram com uma festa beneficente, Hendrik já conseguiu recursos para pagar as passagens.
Ele precisa viajar com a mãe, que serve de enfermeira. "Eu quero ir logo. Já estou esperando há um ano, nem sei mais o que dizer para o pessoal do hospital em Miami", desabafa.

O rapaz de dezenove anos que mergulhou na piscina, garante Hendrik, não é mais o mesmo, porém ele garante que a mudança lhe trouxe coisas positivas. "Hoje vejo a vida de maneira diferente. Eu dou mais valor nas coisas", revelou.

As dificuldades do dia a dia não limitaram seus planos. O ex-ajudante de motorista pensa em cursar medicina. "Eu vi um médico em cadeira de rodas", lembra ele, dizendo ainda que não existe nada melhor do que ajudar outras pessoas e percebeu isso quando ficou no hospital.

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