domingo, 30 de março de 2014

Cidadãos com deficiência já têm nova residência no Cartaxo

No passado dia 27 de março, foi inaugurada no Cartaxo a estrutura residencial Casa João Manuel,
da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) de Santarém, com capacidade para acolher 17 pessoas – 12 em lar residencial e cinco em residência autónoma.

A cerimónia inaugural contou com a presença do diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Santarém, Tiago Leite, em representação do Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, do presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, da benemérita Maria Helena Freire e outros elementos da família que doaram o prédio rústico e urbano onde foi erguida a nova valência, autarcas dos concelhos do Cartaxo e Santarém, presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional, presidente da União Distrital das Instituições de Solidariedade Social (IPSS), representantes de entidades das áreas da saúde, educação, ação social e segurança, bem como muitos utentes, familiares e amigos da instituição.

Após o descerramento da placa da inauguração, teve lugar a bênção da nova valência, pelo vigário da Diocese de Santarém, padre Aníbal Vieira.

Este momento tão aguardado pela APPACDM de Santarém foi definido pelo presidente da instituição como “o concretizar de um sonho”, que começou a tornar-se realidade no dia 11 de maio de 2012, com o lançamento da primeira pedra. Luís da Silva Amaral recordou a frase que pronunciou na altura, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, afirmando que “não chega sonhar, é preciso também querer”.

O presidente da APPACDM de Santarém acrescentou que a obra teve um custo final de cerca de um milhão de euros e que “só foi possível com a união de muitos esforços e vontades”, a começar pelo apoio do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, do construtor e técnicos que acompanharam a obra, da Câmara Municipal do Cartaxo, dos empresários e colaboradores da instituição.

Luís da Silva Amaral dirigiu uma palavra especial de agradecimento à família Freire, “porque sem ela não seria possível concretizar esta obra”, reforçou, acrescentando que “todos podemos continuar a sonhar e se juntarmos o nosso querer, podemos continuar a nossa missão”.

Presidente da Câmara do Cartaxo defende que “o verdadeiro cimento de uma comunidade forte e sólida são os laços de afeto”

As primeiras palavras de Pedro Magalhães Ribeiro foram para a família Freire. O presidente da Câmara Municipal do Cartaxo considerou que, com a inauguração desta nova valência, “honra-se a memória de João Manuel. Esta foi sempre uma casa de felicidade e vai continuar a proporcionar muita felicidade àqueles que a habitam, e isso só é possível graças a este gesto de grande generosidade da família Freire”.

Pedro Magalhães Ribeiro reconheceu também o trabalho de todos os que contribuíram para que este sonho se tornasse realidade, nomeadamente à direção e técnicos da instituição, àqueles que o antecederam no cargo de presidente da Câmara e profissionais da Segurança Social.

“Uma sociedade mede-se pela forma como tratamos e ajudamos os mais desprotegidos. Com a nossa ação, com políticas públicas, comunidade e sociedade civil, devemos trabalhar em conjunto para alcançar aquilo que todos procuramos na nossa vida, que é concretizar um projeto de felicidade”, afirmou, acrescentando que “o verdadeiro cimento de uma comunidade forte e sólida são os laços de afeto, e as próprias famílias e esta casa são um exemplo disso. Mais do que as relações de sangue, são os afetos que fazem com que a nossa sociedade seja mais solidária e esteja de braços abertos para receber aqueles que mais precisam de apoio e ajuda”.

O presidente da Câmara Municipal afirmou ainda que “a maior parte das valências sociais que temos são fruto do trabalho árduo das IPSS” e que a inauguração desta nova estrutura permitiu aumentar as respostas sociais no concelho. “O Cartaxo está hoje mais rico, porque consegue hoje proporcionar a estas pessoas condições para que possam construir o seu projeto de felicidade”.

Diretor da Segurança Social fez um agradecimento especial à família Freire, que doou a propriedade onde nasceu a Casa João Manuel

Tiago Leite considerou a inauguração da Casa João Manuel “um momento muito especial” e, olhando “a sala cheia de pessoas de várias quadrantes e diferentes responsabilidades que se uniram por uma causa”, afirmou que “se a vida do dia a dia fosse mais assim, estou convicto de que teríamos uma sociedade bem melhor e conseguiríamos sair do marasmo em que nos encontramos”.

Também o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Santarém fez um agradecimento especial à família Freire e enalteceu a cooperação das Câmaras Municipais do Cartaxo e de Santarém, “que desde a primeira hora deram as mãos, puseram de parte a relação partidária e tiveram a capacidade de canalizar as suas forças para esta obra”, sublinhou.

O “espírito de coesão que sempre existiu nesta obra” refletiu-se também no envolvimento da direção e técnicos da instituição e da empresa construtora, acrescentou Tiago Leite.

O diretor do Centro Distrital da Segurança Social afirmou ainda que “a presença de tão grande número de dirigentes de outras instituições sociais nesta inauguração demonstra uma grande união. Se todos nos unirmos nestas causas, será muito mais fácil ultrapassar as dificuldades, e a nível do distrito, temos tido muito essa colaboração, com uma grande partilha de ideias e formas de gerir, o que tem permitido aprender muito uns com os outros”, referiu.

Diretora técnica da instituição afirmou que os utentes passaram a ter uma segunda mãe, a benemérita Maria Helena Freire

Para a diretora técnica da instituição, Maria do Céu Dias, a Casa João Manuel contém sonho, memórias, amor, afeto e sensibilidade e nasceu de uma “grande vontade”, concretizada 18 anos depois de ter prometido à família Freire que iria desenvolver todos os seus esforços para tornar este sonho realidade.

“Estas pessoas passaram hoje a ter uma segunda mãe, a D. Maria Helena Freire. Esta casa vai continuar a acolher jovens, a estar de mãos dadas com este coração tão cheio de generosidade, continuar a sonhar, a acreditar e a recordar o João Manuel”, referiu Maria do Céu Dias.

Muito emocionada, Maria Helena Freire recordou “os dias de grande felicidade” que a família passou na casa de verão no Cartaxo, hoje Casa João Manuel. “O João gostava muito de aqui estar, fomos muito felizes aqui e toda a gente se sentia muito bem aqui. Já no início esta casa foi abençoada e agora é a casa do meu filho, esperamos que seja para a eternidade”, referiu.

Fonte: O Ribatejo

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